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Vamos sonhar?

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, já dizia o poeta Fernando Pessoa, então vale a pena sonhar com um sistema de ensino pré-escolar equitativo, acessível e de qualidade para todas as crianças.


Sempre fui chamada de sonhadora, idealista e até utópica, por sentir e acreditar que todas as crianças e educadores devem ser olhados e respeitados pela importância abismal que têm no futuro de uma nação. Simples não é? Então, porque razão em vários países do mundo este continua a ser um problema sem fim?


E no nosso caso? O que precisa ser feito para que a maior parte das nossas crianças tenham acesso a um ambiente que estimule as suas capacidades desde bebés? E o que está a faltar para que tenhamos Educadoras apaixonadas, empenhadas e proactivas?

Se não tem conhecimento das fases de desenvolvimento infantil, gostaria que pensasse se faz sentido começar a dar real importância ao ‘ensino’ das crianças a partir da primeira classe quando muitos teóricos bem conhecidos da educação infantil testaram que o periodo dos 0 aos 5 anos é a base para o desenvolvimento posterior. É cedo que tudo começa para as crianças - perceber como interagir com o seu meio, consigo mesma e com os outros, mas para que aconteça com qualidade e profundidade, os estímulos devem ser cuidadosamente pensados e elaborados a partir dos interesses da criança.

Eu sonho com um currículo mais criativo, flexível, divertido, com recursos de qualidade e adaptados as fases de desenvolvimento das crianças, mas acima de tudo sonho com uma aposta real nos recursos humanos da educação infantil.

É necessário perceber os motivos profundos e reais que levam á falta de qualidade destes profissionais ou será que não é falta de qualidade, mas sim falta de investimento? Ou os dois? Sei que nunca é só um motivo a causa de um problema.

Também sei que as crianças angolanas são altamente resilientes e criativas, e merecem ser estimuladas com qualidade.


Será que continuo uma sonhadora utópica, ou será que só estou a repetir aquilo que todos sabemos, mas nada fazemos?


(Reflexão publicada na Revista LUX Angola a 1 de Novembro de 2019)

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