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Educar para o Antirracismo

Atualizado: 25 de fev. de 2021

"Precisamos de falar sobre o racismo. E precisamos de agir. Quando há vontade, a mudança é possível. Congratulo-me por viver numa sociedade que condena o racismo, mas não nos devemos ficar por aí. O lema da nossa União Europeia é «Unida na diversidade». Cabe-nos estar à altura destas palavras e dar expressão concreta ao seu significado."
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

Em Novembro de 2020, o Conselho Nacional de Educação Português, produziu uma reflexão sobre cidadania e educação antirracista e produziu doze recomendações que devem ser lidas por todos os educadores e professores, aconselho que consultem o website da referida instituição para ficarem a conhecer todas as recomendações.


Formar continuamente educadores, professores e funcionários não docentes para a inclusão e a educação antirracista e a sua valorização para efeitos de progressão nas respectivas carreiras é das recomendações mais ansiadas por mim. Nesse sentido, é necessário implementar programas dinâmicos, inovadores, e acima de tudo, que resultem em ações permanentes e consistentes.


Depois das grandes manifestações do movimento Black Lives Matter por todo o mundo, algo ficou muito claro, o mundo é racista.


Em setembro de 2020, a Comissão Europeia publicou o plano de ação para o combate à discriminação e ao racismo, o que torna evidente que não se pode mais ignorar aquilo que está aos olhos de todos: o racismo está patente em todas as esferas da nossa sociedade, tanto nas suas formas implícitas quer explícitas de se manifestarem.


Assim como respiramos poluição, respiramos racismo, pois não temos como escapar desta construção social, ideológica, económica que nos foi imposta com propósitos muito claros, o de dividir para reinar. Basta fazer uma incursão pela história, para perceber como nos foi incutido, de forma direta e indireta, a superioridade de uns em relação a outros. Sugiro o estudo sobre o Redlining, Jim Crow e outras estratégias de divisão, e se estiverem interessados em aprofundar a vossa reflexão sobre este tema, e juntar as pontas soltas, irão confrontar-se com um grande esquema manipulativo a que todos temos estado sujeitos. Se pensarmos bem, o que temos todos ganho com isso? Para quem é privilegiado por este sistema desumano e divisório, pode não ter a percepção do medo constante com que vive, por ter a ilusão de viver separado daqueles que fisicamente, culturalmente, economicamente e espiritualmente têm uma vivência diferente da sua.

Um dos espaços onde o racismo pode ser minimizado, é sem dúvida, no espaço escola, onde até ao momento é propagado incessantemente o mito da história única, a dos portugueses descobridores, não se contando o outro lado da história, de todas as atrocidades cometidas em nome de novas descobertas.


Assim sendo, como é que os alunos podem aprender a considerar a perspetiva do outro, se o próprio currículo reproduz estereótipos e produz viés implícitos? O que deve ser feito?


Primeiro é preciso que todos nós, pais, educadores, professores, sociedade em geral, olhemos para a forma como julgamos aqueles que são diferentes de nós, e consequentemente perceber como esses julgamentos influenciam as nossas decisões/interações diárias.


A tomada de consciência desse processo interno é fundamental para que a desconstrução se possa iniciar. A jornada é longa mas necessária, e imprescindível para que todos nós possamos viver em unidade e respeito. Sei que parece um cenário utópico, mas eu acredito que é possível se olharmos para dentro de cada um de nós. Comecemos por aí. Sem admitirmos que somos todos consequência de um sistema injusto e agressor, e independentemente de onde nos posicionamos, o ódio e a raiva estará presente. A diferença é que o ódio destrói e a raiva alimenta a mudança. O ódio é o sentimento que originou o racismo e a raiva é o sentimento que diz basta e alimenta o posicionamento antirracista.



Todos temos a responsabilidade de educar para o ANTIRRACISMO, pois a partir do momento que estamos em interação e interrelação uns com os outros, o ato de educar e de influenciar está sempre presente.


Vamos mudar o Mundo?


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